Para falar sobre educação, sob a minha visão e vivência, acredito que teria que distinguir cada aspecto educacional para não me atropelar nos meus pensamentos.
Posso tratar sobre Educação na escola particular, a qual pude acompanhar por alguns meses, a Educação no ensino público em que passei por algum tempo e na Educação de adultos em uma Ong, a qual tenho um grande apreço.
No âmbito geral a educação está em crise e os motivos estão a cada dia maiores e complexos. Situação que preocupa muito os envolvidos da área. Não tem como esconder ou fingir que nada está acontecendo. As propagandas eleitoreiras são absurdas, as propostas, metas, leis e normas que regem a educação são literaturas fantásticas perante o que realmente acontece nas escolas.
Pode até parecer negativismo para quem lê, mas não é! Pois além de presenciar e vivenciar, ler, pesquisar, estudar, dialogar, discutir, utilizar a rede social e outros não dá para ser conivente e entender como um processo normal e que faz parte simplesmente.
Não quero ter como bordão "Eu amo o que faço, por isso aguento o que for preciso". Não sou mártir, nem quero ser - sai prá lá. Quero sim ter prazer no que faço, mas não quero me submeter ao que pode ser desnecessário.
É visível a falta de objetivo e sentidos que crianças e adolescentes estão vivendo, além da ausência de valores morais, pessoais, familiares, o desrespeito mútuo e consigo mesmos. Muito forte está a agressividade física e verbal, algo que assusta.
Entendo que isso é reflexo da sociedade que vivemos, a busca incessante das pessoas pelo material, a possessividade, o individualismo, o desrespeito, a intolerância com o humano e a natureza, a impunidade escancarada, a liberdade sem responsabilidade, o imediatismo, o consumismo, o culto à estética, tudo explode na sala de aula. E aonde o educador encontrará significado mediante esse quadro conflitante, para que seu aluno se interesse em saber classificar uma Oração Subordinada Adjetiva Reduzida.
Aí, escutamos... "claro professor, hoje o educador têm que saber contextualizar a matéria que irá trabalhar, pois precisa despertar o interesse do aluno, motivá-lo, ser significativo. O professor precisa estar sempre se atualizando, pesquisando, lendo, estudando, buscando e criando estratégias pedagógicas e didáticas para atrair o aluno e aguçar nele a curiosidade e interesse em estudar."
OK ! Faço tudo isso, além de dar aula em três escolas e nos três períodos. Molduro o quadro que tenho em sala de aula: alunos histéricos, gritando, xingando-se, batendo-se, com seus fones, celulares, mps, bolinhas de papel, maquiando-se, ironizando a figura alí na frente, e etc...
Pergunto-me: "Mas e tudo que preparei antes de entrar na sala de aula?"
"Eles" podem ser alunos contemporâneos , com comportamentos, atitudes e pensamentos diferentes do que antes vivemos, mas isso não significa que não precisam ter respeito e serem educados na escola.
Sou uma educadora contemporânea, atualizada, reflexiva, com linguagem e ideal delineados e exigo e quero respeito como pessoa e educadora. Quero que me reportem com educação é o mínimo para uma relação com outro ser humano e por querer e acreditar nisso acima de tudo para exercer um trabalho de qualidade, que não aceito me submeter a certas imposições que a escola e o sistema acreditam ser o melhor (pra quem?) à tomar. Vistas grossas à indisciplina do aluno, regras infringidas sem consequências, a supervalorização dos direitos dos alunos e nenhuma observação dos seus deveres, a atribuição de notas para não termos problemas com a família, a manifestação de notas e números para a escola ter um bom posicionamento nas estatísticas e receber seu bônus, o pouco suporte pedagógico ao professor, como se ele só se bastasse, o material didático imposto...
O que sei é que:
"Quero ser quem sou e não ser a figura de um professor ! "
Carla
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